O Projeto 6 de Março


O que é o Projeto 6 de Março?


O Projeto é um curso preparatório para os vestibulares da UFC, UECE e IFCE, sem fins lucrativos e sem nenhum tipo de ligação com partidos políticos e/ou empresas privadas, e é destinado a estudantes oriundos de escolas públicas que concluíram o ensino médio ou que vão cursar o terceiro ano do ensino médio em 2010. É organizado unicamente por estudantes e professores universitários voluntários, dentre os quais temos formados, mestres e recém ingressos na universidade. O Projeto também é um espaço para a prática didática de vários universitários. Além disso, tem como objetivo fomentar o debate de questões sociais e políticas, para melhor exercermos nossa cidadania e nos tornarmos sujeitos de nossa própria história.

Valores, missão, visão e sustentabilidade


Valores:

  • ÉTICA;
  • TRANSPARÊNCIA;
  • RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA;
  • DEDICAÇÃO;
  • SOLIDARIEDADE;
  • COMPROMISSO;
  • IGUALDADE;
  • JUSTIÇA;
  • AUTONOMIA;
  • UNIÃO.

Missão:

Existir como ferramenta de defesa dos desfavorecidos, oferecendo oportunidade e acessibilidade a uma educação de qualidade. Educando e conscientizando para vida, estimulando o amadurecimento do pensamento crítico, político e filosófico dos oprimidos culturais e econômicos.

Visão:

Tornar-se uma organização civil que seja referencia estadual em qualidade de ensino e em proposta pedagógica atuante na defesa dos direitos humanos.

Sustentabilidade:

A autonomia que constitui um dos valores que caracterizam o Projeto 6 de Março diz respeito à independência política nas tomadas de decisões e à independência financeira de orgãos de fomento. Isso não implica que não aceitamos financiamento, mas que todo e qualquer financiamento não poderá interferir em nossas atuações e decisões políticas. Além disso, não admitimos financiamentos ou doações com propósitos de lucro, votos ou benefícios individuais que em nossa compreensão política possa prejudicar, de forma geral, as relações humanas ou ainda que possa causar algum dano em nossa sociedade. É por isso que até então não temos financiadores e somos sustentados, único e exclusivamente, pela força de vontade de diversos voluntários e pelos estudantes contribuintes.

Programa de voluntariado do Projeto 6 de Março

Ser voluntário do Projeto 6 de Março é um ato sobretudo de amor ao próximo. Esse amor é o princípio mais fundamental que caracteriza um voluntário. Contudo é preciso fazer as devidas definições acerca das características dos voluntários do Projeto que realizam um trabalho com muita força de vontade, com qualidade e consciência política com o objetivo único de tornar as relações sociais mais justas e humanas. O texto a seguir define um pouco o que deve ser o voluntário do Projeto. Ele foi extraído do livro “Solidariedade e Voluntariado” de Joaquín García Roca, doutor em teologia Universidad Gregoriana de Roma e Doutor em Filosofia Social pela Universidad Santo Tomás de Roma

A Identidade do Voluntário: decálogo de uma busca

Joaquin García Roca

“I. O Voluntariado deve descobrir a complexidade dos processos sociais: uma ideia aparentemente simples é apenas uma ideia simplificada. Os problemas sociais têm a forma de uma teia de aranha: estão entrelaçados por inúmeros fatores. Saber estar em uma sociedade complexa e bem informada é uma qualidade essencial do voluntariado hoje.
II. O voluntariado tem sentido apenas quando se considera o horizonte da emancipação. É preciso dar afeto a um doente terminal ou acolher uma pessoa que luta contra a dependência química, mas isso somente é válido se for um passo a mais na remoção das causas da marginalidade e do sofrimento desnecessário.
III. A ação voluntária tem qualidade ética apenas quando é uma opção livre de um sujeito no interior de uma tripla aspiração: a sua auto-estima, a solidariedade com o próximo e o compromisso com a construção de uma sociedade justa. IV. O voluntariado não é um plano para diminuir os compromissos do Estado. Se, em algum momento, sua presença é um pretexto para afastar e restringir os esforços governamentais, o voluntariado entra numa zona de risco.
V. A ação voluntária é como uma orquestra: o importante é que ela soe bem e não o fato de a flauta ser de madeira ou de metal ou a quem ela pertence. Da orquestra devemos exigir coordenação, coerência e concentração de forças. O voluntário é sempre um “co-equiper”. A fragmentação não leva a nada e numa equipe cada um joga em sua própria posição colaborando com o resto em função da partida.
VI. A ação voluntária deve ter competência humana e qualidade técnica. O amor não é suficiente. Se, por ignorância ou incompetência, fazemos sofrer uma pessoa frágil, embora tenhamos a melhor das intenções, conseguiríamos, apenas aumentar a sua impotência e a sua marginalidade.
VII. O voluntariado deve ganhar espaços entre as classes populares. Não pode ser uma instituição que interesse apenas à classe média, nem àqueles que têm tempo disponível, mas responde ao exercício da cidadania que é responsável pelos assuntos que a todos afetam.
VIII. O voluntariado aprecia o profissional da ação social e busca sempre a complementaridade mas, justamente por isso, não se transforma em auxiliar nem em corrente de transmissão, mas defende o espaço de liberdade que lhe é próprio.
IX. O voluntariado precisa, hoje, disciplinar a sua ação. As melhores iniciativas se perdem pela incapacidade de submetê-las a um programa, a objetivos, a um método, a certos prazos, a uma dedicação séria, a uma avaliação. A boa intenção é um caminho viável desde que haja disciplina; se ela não existe, é um fracasso. O voluntário evita palavras fúteis para se aproximar dos gestos eficazes.
X. A ação voluntária requer reciprocidade: não é orientada simplesmente à assistência do outro, mas ao crescimento de ambos, embora as suas contribuições sejam diferentes. A estima do outro não exige apenas acolhida, mas espera também uma resposta análoga”.
O Voluntário do Projeto 6 de Março, portanto, é um individuo qualificado, consciente de sua função e do contexto social e político, ético, livre, com pensamento coletivo, disciplinado, de iniciativa, e ainda um ser motivado pela esperança de um mundo mais justo e, por isto, um lutador de causas das classes mais populares. Ele nunca deve ser um ajudante e sim sujeito essencial e necessário para o bom funcionamento do Projeto e responsável com suas causas.
O Projeto 6 de Março, como sujeito que debate a educação e pratica uma proposta pedagógica alternativa, popular, autônoma, não substitui as responsabilidades governamentais para com a Educação. O Projeto existe exatamente para alertar o governo da necessidade de uma educação gratuita e de qualidade como prevê a constituição federal.

Funções Gerais do Voluntário do Projeto Pré-Vestibular 6 de Março

Educador: Voluntário responsável por facilitar a aprendizagem de um determinado assunto por meio de aulas periódicas, debates, vídeos, seminários, dinâmicas, grupos de estudos, etc. O educador também tem o dever de debater a educação, procurar aperfeiçoamento pedagógico próprio e da equipe de educadores.
→ Benefícios: Experiência profissional, com comprovação em prática de ensino e extensão universitária.
Coordenador: É responsável por administrar o funcionamento do Projeto, zelando pelos bens materiais e humanos, promovendo formações técnicas e pedagógicas, articulando eventos e reuniões periódicas, e executando as atividades do cotidiano. Há basicamente duas coordenações a Administrativa e a Pedagógica.
→ Benefícios: Experiência profissional de acordo com a função específica de coordenador.
Educando: É comprometido com a participação das aulas periódicas e temáticas, e com as atividades que possam gerar conhecimento e/ou possibilitem sua formação sócio-política. É também de sua responsabilidade contribuir financeiramente com o Projeto, e ainda manter e zelar pelos bens materiais e humano. Compete também ao educando, embora que de forma facultativa, criar grupos de estudos e de pesquisa com ou sem o educador, bem como exercer na medida do possível papeis de voluntários coordenadores e até mesmo de educador.
→ Benefícios: Formação cidadã e preparo para prestar concursos para ingresso em instituições de ensino superior, técnico e tecnológico.